Livro traduz a relação de Santa Dulce com o médico que sempre esteve a seu lado
A vida de Santa Dulce dos Pobres foi marcada por um sofrimento físico intenso. Com saúde fragilizada, decorrente sobretudo de problemas respiratórios, a religiosa precisou ser internada várias vezes, ficando quase sempre entre a vida e a morte. Uma das principais testemunhas desse sofrimento foi o médico pneumologista baiano Almério Machado, que a acompanhou por boa parte de sua vida. Após a morte de Irma Dulce, o médico resolveu colocar no papel um pouco das suas vivências com a religiosa. O resultado é o livro O Médico e a Santa, que será lançado no dia 12 de agosto, a partir das 15h, no Vitória Boulevard, no Corredor da Vitória, dentro da programação da Festa de Santa Dulce dos Pobres, que acontece nos primeiros treze dias de agosto.
A publicação, com 134 páginas, é um trabalho da editora baiana Fábrica das Letras e terá a sua renda integralmente revertida para as Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), aliás como era desejo explicito de Dr. Almério Machado, falecido em 17 de julho de 2022. Ajudar a OSID inclusive foi uma das motivações para ele ter escrito o livro, em que fala dos aprendizados constantes e o do crescimento espiritual que obteve ao desfrutar da confiança e da amizade da religiosa. “Esse livro foi a forma mais apropriada para agradecer por tantas graças alcançadas”, depõe o médico na publicação, que conta com o patrocínio da Fundação Jesus Maria José, parceira da OSID.
O livro teve edição de texto da filha caçula de Dr. Almério, a jornalista Jacqueline Moreno, e ganhou do segundo filho, Almério Machado Jr, também médico, a ilustração de capa. Essa conjunção familiar se estende a outros membros da família, inclusive netos, que juntamente com o médico vivenciaram a difícil e emocionante trajetória de Irmã Dulce em atendimento aos seus pacientes no Hospital Santo Antônio, com muita dificuldade construído por ela.
O projeto do livro ganhou o imediato o apoio da superintendente da OSID, Maria Rita Lopes Pontes, também testemunha da relação de amizade que cresceu entre Irmã Dulce e o médico desde que este a conheceu como paciente em 1975. “Diante da saúde frágil de Santa Dulce e das suas diversas crises pulmonares, Dr. Almério não sabia explicar, do ponto de vista da medicina, como ela conseguia trabalhar, incansavelmente, pelos mais vulneráveis. Foi então que descobriu, convivendo diariamente com Santa Dulce no Hospital Santo Antônio, que tudo na vida seria possível se a nossa esperança estivesse alimentada para sempre fazer o bem”, escreveu ela no prefácio da publicação, concluindo: “Como Santa Dulce, Dr. Almério acreditava na força transformadora da caridade.”