Livro Cartas de Santa Dulce é atração do Salão Imobiliário da Bahia nesta sexta-feira
A mais nova obra sobre o legado do Anjo Bom do Brasil, o livro Cartas de Santa Dulce - a face humana em todos nós (192 páginas) ganhará lançamento no Salão Imobiliário da Bahia, nesta sexta-feira (6), das 18h às 20h, no Centro de Convenções de Salvador (Avenida Octávio Mangabeira, 5.490, Armação). Reunindo 59 correspondências da Mãe dos Pobres – quase todas inéditas – escritas durante os anos de 1930 a 1980, a obra convida o público a um profundo mergulho na memória da religiosa baiana que se tornou a primeira santa do Brasil. Seja no amor pelos animais; na cumplicidade afetuosa com a irmã, Dulcinha; na saudade profunda de sua sobrinha, Maria Rita – hoje, superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID); ou na simplicidade e questionamentos de uma jovem que sonhava com a vida religiosa, as cartas de Santa Dulce revelam toda a humanidade, incluindo momentos de angústia, fé, dor e alegria, daquela a quem o povo baiano comparou a um “anjo”. Durante o evento, Maria Rita, que integra o conselho editorial da publicação, irá autografar os exemplares. O livro estará disponível por um valor promocional de R$ 75 e terá 100% de sua comercialização revertida para a obra social fundada por Irmã Dulce. O acesso ao Salão Imobiliário da Bahia é gratuito.
Com texto de contracapa assinado pela atriz Fernanda Montenegro, o livro Cartas de Santa Dulce: a face humana em todos nós foi organizado por um conselho editorial que, ao longo de dois anos, se dedicou à pesquisa e seleção dos manuscritos. A equipe também garimpou, junto ao acervo do Memorial Irmã Dulce (MID), postais e fotos da intimidade de Santa Dulce, entre outros documentos até então inéditos. O diversificado grupo contou com a participação, além da superintendente da OSID, da jornalista Luciana Savaget e do designer Gilberto Strunck. Participaram também da imersão os museólogos das Obras Sociais, Osvaldo Gouveia, Carla Silva e Marcela Avendaño; a missionária Irmã Maiara Santos; e o gestor do Complexo Santuário Santa Dulce dos Pobres, Márcio Didier.
Em cada carta redigida em letras miúdas e caligrafia harmoniosa, o leitor, no papel de “destinatário”, se encontra com a remetente e, página a página, vai reunindo os recortes de textos que testemunham a vida da mulher que viveu a caridade através de grandes gestos e das pequenas atitudes do dia a dia. Em um desses atos simples, está um bilhete de duas linhas – “Estes 2 rapazes pedem um transporte grátis até o Rio” –, escrito em 21 de julho de 1967, que ajudou dois jovens que passavam por dificuldades em Salvador a voltarem para casa. Um dos moços, na época com 19 anos, era o escritor Paulo Coelho, hoje um benfeitor da OSID. “O leitor vai compartilhar as angústias, as alegrias e a fé de Santa Dulce dos Pobres. É como se estivéssemos ao lado dela, no instante em que escrevia cada palavra. Neste livro, ela é a mãe das milhares de crianças acolhidas, é a religiosa, é a irmã de Dulcinha, a tia de Maria Rita. É um ser plural”, pontua Osvaldo Gouveia, museólogo da Escola de Dulcismo.
Já em outra carta, o leitor irá se deparar com uma fã incondicional do Rei, reclamando: “Apanharam em meu quarto a fita de Roberto Carlos que você me deu. Será que arranja outra?” (carta para Maria Rita, em 9 de outubro de 1979). “Foi uma experiência que ativou uma série de memórias da minha infância, adolescência e da fase na qual pude participar mais de perto de suas Obras”, diz a sobrinha da Santa sobre o projeto editorial. “Relendo as cartas, pude recordar a figura dela, tão doce... É possível ouvir sua voz escrevendo as cartinhas. Boas lembranças, algumas risadas pelos acontecimentos que são narrados, e lágrimas também. Foi uma experiência muito boa de viver e reviver”.
A jornalista Luciana Savaget conta que a imersão nos manuscritos de Dulce foi algo extremamente emocionante, em especial, quando foi descobrindo as particularidades da pessoa por trás da religiosa: “Desse universo das cartas emergem histórias pitorescas e o lado mais humano de Santa Dulce”. Para Gilberto Strunck, criador do design sensível e refinado do livro, “este é um projeto especial desde a sua gestação, fruto do trabalho de um grupo de pessoas que viveu o processo intensamente e com toda a sensibilidade”. Buscando criar uma atmosfera de “conexão do leitor com o lado mais humano da Santa”, ele optou por um design mais leve e arejado, utilizando objetos que faziam parte do cotidiano de Irmã Dulce, como rosários, óculos e fotografias”.