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Do violino à tecelagem: duas gerações têm a vida transformada na escola da Santa Dulce dos Pobres

26 de April de 2024

Duas vezes por semana, as irmãs gêmeas Thaíssa e Raíssa dos Santos Dória, de 18 anos, chegam ao Centro Educacional Santo Antônio (CESA) para atuar como monitoras de violino na escola fundada por Santa Dulce dos Pobres. A oportunidade musical, que abraçaram desde os 5 anos de idade, vem transformando a vida de crianças e adolescentes em vulnerabilidade social, graças a uma parceria entre as Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) e o NEOJIBA - Núcleos Estaduais de Orquestras Infantis e Juvenis da Bahia.

“O CESA abriu as portas e me deu a oportunidade de vivenciar a música. Foi aqui o início de tudo, onde pude experimentar um instrumento. Me sinto muito feliz em perpetuar tudo que aprendi”, explicou a ex-aluna Thaíssa, que no ano passado chegou a participar de um intercâmbio em Portugal. Atualmente, as irmãs integram a Orquestra Castro Alves (OCA). “A música faz parte de mim, tudo que eu faço envolve a música, pois amo tocar. A escola foi uma porta que se abriu, pois se eu não tivesse estudado aqui, talvez eu nunca tivesse a oportunidade de estar inserida nesse universo”, ressalta Raíssa.

Gerações acolhidas –Thaíssa e Raíssa fazem parte da segunda geração da família que passou pelo CESA. Leandro Dória e Uiliane Costa dos Santos, pais das garotas, também foram alunos do núcleo educacional da OSID. Quando estudante, Leandro cursou a oficina de Tecelagem da escola e se encantou pela técnica milenar, tanto que atualmente compartilha o conhecimento adquirido como arte-educador na mesma oficina.

“O CESA para mim é amor. Aqui eu fui apresentado à arte da tecelagem, que me deu diversas oportunidades. E hoje é maravilhoso ver minhas filhas progredindo na música. Com certeza, tudo isso foi possível graças às oficinas oferecidas na escola, juntamente com muito empenho e dedicação”, explica Leandro.

O Centro Educacional Santo Antônio nasceu como um orfanato no qual a freira baiana abrigava meninos sem referência familiar. Em 1994, tornou-se uma escola em tempo integral, com um modelo de ensino que engloba do primeiro ao nono ano. O CESA acolhe hoje mais 900 crianças e adolescentes, oferecendo ainda acesso à arte-educação, atividades esportivas, assistência odontológica, alimentação, fardamento e material pedagógico gratuitos.

Já o Núcleo de Práticas Musicais do CESA foi implantado em 2011, e possui 251 integrantes, prioritariamente estudantes entre 9 e 18 anos, além de egressos da instituição. Desde a sua implementação, 70 estudantes que iniciaram a educação musical na escola da Santa Dulce já fizeram ou fazem parte das Orquestras e Coros do Núcleo Central do NEOJIBA.

Do violino à tecelagem:  duas gerações têm a vida transformada na escola da Santa Dulce dos Pobres