Icone coração Doações Icone coração Ouvidoria

Obras Sociais comemoram 71 anos de vida religiosa de Irmã Dulce

13 de August de 2004
Os 71 anos de vida religiosa de Irmã Dulce, completos no próximo dia 15, serão comemorados com a apresentação de mais uma etapa da reforma da Igreja da Imaculada Conceição da Mãe de Deus. A igreja, que vai abrigar o mausoléu com as relíquias do Anjo Bom e está localizada ao lado de suas Obras Sociais, no prédio onde já funcionou o Círculo Operário da Bahia e o Cine Roma, teve suas obras de adaptação iniciadas graças à doação de fiéis. O presbitério, área onde se localiza o altar mor, e duas capelas, onde ficarão o Santíssimo e uma imagem de Santo Antônio, serão apresentados à comunidade em uma missa de Ação de Graças marcada para o dia 15 (domingo), às 9h, e celebrada pelo frei Jurandir Capuchinho. Após a missa, os voluntários das Obras vão realizar uma caminhada pela Beatificação até a Igreja do Bomfin. Para a superintendente das Obras Sociais e sobrinha de Irmã Dulce, Maria Rita Pontes, a Igreja consolida a missão de Amar e Servir do Anjo Bom. “Irmã Dulce acolhia seus pobres e doentes não apenas fisicamente, mas também espiritualmente. A Igreja é o símbolo do pão do espírito, que é parte da caridade assim como o tratamento e o acolhimento físico que damos na OSID. É também uma forma de ajudar a manter vivo seu exemplo de compaixão extrema e ajudar as Obras a sobreviverem por via do turismo religioso e de doações”, destaca. O trabalho de recuperação e adaptação do antigo Cine Roma à arquitetura sacra e à estética religiosa da ordem franciscana foi iniciado em 2001. Em 2002, as Obras lançaram a Campanha do Tijolo para arrecadar doações para a continuidade das reformas do prédio, construído na década de 40 do século passado em estilo protomodernista e que terá suas características arquitetônicas originais preservadas. A reforma tem sido lenta devido ao alto custo da mão de obra e dos materiais necessários à adaptação e está sendo feita unicamente com os recursos advindos das doações à Igreja. De 2001 até hoje, os fiéis já doaram R$ 994.890,70 para a obra. A construção do presbitério e dos altares, que futuramente terão sua estrutura revestida de mosaicos, faz parte da adaptação da estrutura da nave da igreja, onde antes funcionava a platéia e o balcão do Cine Roma. A nave tem capacidade para acolher mais de mil pessoas. “Com esta parte concluída, o espaço passa a contar com alguns dos elementos fundamentais de uma Igreja, os locais que irão abrigar os elementos que caracterizam um espaço sagrado católico: o altar, o tabernáculo e o ambão, nome dado pelos católicos ao púlpito”, destaca o arquiteto Arturo Braga, responsável pelo projeto de adaptação.

Exposição mostra trajetória contada pela imprensa

Irmã Dulce recebeu o hábito da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus no dia 15 de agosto de 1933 no Convento Nossa Senhora do Carmo, em São Cristóvão, Sergipe. Batizada como Maria Rita recebeu o nome de Irmã Dulce em homenagem à mãe. No próximo domingo, uma exposição no Memorial das Obras Sociais Irmã Dulce vai contar um pouco da trajetória da Serva de Deus. A mostra vai enfocar a vida religiosa da Mãe dos Pobres desde sua entrada na Congregação até sua morte em 13 de março de 1992 através de matérias e fotos dos jornais baianos. História do prédio da Igreja da Imaculada Conceição da Mãe de Deus O prédio onde está sendo construída a Igreja da Imaculada Conceição da Mãe de Deus foi inaugurado no dia 28 de novembro de 1948, em uma cerimônia que teve a presença do então presidente da República Eurico Gaspar Dutra. O Círculo Operário oferecia à população da periferia de Salvador serviços como consultórios médicos, dentários, laboratórios, farmácia, cursos de corte e costura, sapataria, alfaiataria e marcenaria. A história do prédio começou como parte do apostolado de Irmã Dulce, sempre imbuído de um raro espírito visionário. Em 1935 Irmã Dulce fazia peregrinações por Alagados e acompanhava o frei franciscano alemão Hildebrando Kruthaup, seu parceiro no desafio de melhorar a vida da população da periferia. Os dois costumavam visitar as fábricas de Itapagipe, na época região com forte presença fabril e operária. Da vontade de melhorar a vida da classe, Irmã Dulce partiu para sua organização, ajudando a fundar a União Operária São Francisco, primeiro movimento operário de Salvador, que oferecia serviços como posto médico, farmácia e cooperativa de consumo. A sede em Itapagipe foi ficando pequena para as atividades e a partir da doação pelo Empório Industrial do Norte de um terreno no Largo de Roma, Irmã Dulce e frei Hidelbrando partiram para o desafio de angariar fundos para a construção da nova sede. As dificuldades para a construção da obra não abateram Irmã Dulce. No início de 1948 se interpôs na comitiva do presidente Eurico Gaspar Dutra, que estava a caminho do Bomfim, driblou os batedores e impediu sua passagem. A visão da pequena e decidida freira sensibilizou o presidente que, ao lado de colaboradores como D. Dulcinha Lopes Pontes, que empreendeu uma verdadeira peregrinação no Rio de Janeiro para viabilizar os recursos. Para promover a auto-sustentação do Círculo, Irmã Dulce e frei Hildebrando construíram no local o Cine Roma – um dos três erguidos para manter o trabalho, os outros foram os Cines Plataforma e São Caetano. O Círculo Operário perdeu sua força com a politização do movimento operário e o fortalecimento dos sindicatos. Até sua desativação na década de 60, funcionou paralelamente ao Cine Roma, desativado em 1985.
Obras Sociais comemoram 71 anos de vida religiosa de Irmã Dulce