OSID realiza procedimento inédito na Bahia para tratamento de mioma
O método de tratamento minimamente invasivo de miomas uterinos, denominado ablação por radiofrequência guiada por ultrassonografia transvaginal, teve sua primeira realização na Bahia nesta terça-feira (06/10), no centro cirúrgico do Hospital Santo Antônio (HSA) das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID). Para a execução do procedimento, a instituição convidou o médico Maurício Amoedo, especialista em radiologia pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e especialista em radiologia intervencionista pelo AC Camargo. A paciente é uma mulher de 25 anos, atendida no Serviço de Ginecologia do HSA, portadora de mioma e com histórico de sangramento intenso.
“O procedimento ocorreu sem intercorrências”, informou Priscila Ritt, coordenadora do Serviço de Ginecologia e supervisora do Programa de Residência Médica de Ginecologia e Obstetrícia do HSA/OSID: “Alcançamos o objetivo de realizar a ablação do nódulo de mioma intramural. A paciente deverá ter alta precoce, com rápido retorno às suas atividades e melhora do quadro de sangramento uterino anormal”. Comprovado cientificamente como seguro e eficaz no tratamento de até três miomas intramurais, o método possibilitará que a paciente tenha os sintomas controlados e o útero preservado.
Esta sessão do procedimento no HSA só foi possível graças à doação de agulhas VTip Mioma, pela empresa Surgical Line, representada na Bahia pela GoldMedic. Mas de acordo com Lucrécia Savernini, gestora de Saúde da OSID, “a meta é buscar parcerias para que a instituição passe a disponibilizar a técnica”.
O método da ablação por radiofrequência consiste em provocar a necrose de coagulação dos nódulos de mioma, através da transformação da energia eletromagnética em energia térmica, com redução do tamanho dos miomas e melhora dos sintomas, mantendo o útero preservado, como explica Priscila Ritt. Com um aparelho de ultrassonografia transvaginal é feito um mapeamento dos miomas e, por meio de uma agulha de radiofrequência, são emitidas ondas de radiofrequência ablativas para tratamento dos nódulos selecionados.
A paciente que se submeteu a esse procedimento no HSA faz parte de um quantitativo expressivo de portadoras de miomatose uterina, patologia diagnosticada em cerca de 30% das mulheres em idade reprodutiva. “É o tumor benigno mais comum do trato genital feminino”, afirma Priscila Ritt, explicando que nem todas as pacientes têm o perfil para se submeterem à técnica da ablação por radiofrequência: “É necessário individualizar o tratamento, avaliando no portfólio de possibilidades terapêuticas, a opção mais adequada para cada paciente”.