Com o coração em festa, milhares de fiéis celebraram a Canonização de Irmã Dulce
Já temos uma santa! O mês de outubro de 2019 ficará para sempre na memória dos devotos e admiradores de Irmã Dulce, como um recorte no tempo em que a freira que dedicou sua vida ao acolhimento dos pobres e doentes foi elevada à honra dos altares em reconhecimento da Igreja Católica por seu gesto de verdadeiro amor cristão. No dia 13, um domingo de céu azul no Vaticano, 50 mil pessoas (15 mil brasileiros) lotaram a Praça São Pedro para a cerimônia presidida pelo Papa Francisco que canonizou a religiosa baiana e ainda os beatos John Henry Newman, Giuseppina Vannini, Maria Teresa Chiramel Mankidiyan, e Margherita Bays.
O tão aguardado momento da celebração litúrgica com a leitura da fórmula de canonização, pelo Sumo Pontífice, às 5h33 (horário de Brasília), foi festejado simultaneamente no Largo de Roma, em Salvador. A multidão de devotos do Anjo Bom da Bahia que permaneceu em vigília durante toda a madrugada para agradecer por sua Canonização assistiu à cerimônia através de um telão instalado no Santuário de Irmã Dulce. Naquele mesmo dia 13 de outubro, o bispo auxiliar, Dom Marco Eugênio Galrão Leite de Almeida, leu o decreto dando ao prédio histórico que no passado foi palco de episódios marcantes protagonizados pela freira baiana, o título de Santuário Arquidiocesano Santa Dulce dos Pobres.
Os fiéis que naquele domingo se reuniram para vivenciar a graça da Canonização do Anjo Bom da Bahia também presenciaram o momento em que a imagem da nova santa ganhou uma auréola das mãos de frei João Paulo. O Santuário permaneceu lotado ao longo do dia para as missas dominicais em honra de Santa Dulce dos Pobres. A primeira, às 8h30, foi presidida por padre Emanuel Araújo.
Devotos de Santa Dulce vieram de toda parte do Brasil para assistir à primeira celebração no Brasil por sua Canonização. A festa que reuniu mais de 50 mil pessoas na Arena Fonte Nova tornou inesquecível também aquele domingo, 20 de outubro. Caravanas do interior da Bahia e de outros estados, sobretudo do Nordeste, celebraram juntas a coroação da religiosa que, por amor a Deus, fundou uma obra filantrópica para acolher seus irmãos mais necessitados, as Obras Sociais Irmã Dulce (OSID). Juntas, cantaram com bandas católicas e assistiram ao espetáculo Império de Amor, dirigido por Léo Passos, que levou ao palco mais de 600 atores, entre crianças e adolescentes do Centro Educacional Santo Antônio, idosos, voluntários e pessoas com deficiência atendidas nas Obras Sociais.
A peça que narrou com arte a trajetória do Anjo Bom contou com a participação dos cantores e Embaixadores de Irmã Dulce, Margareth Menezes, Waldonys, Saulo e Tuca Fernandes, além de Padre Antônio Maria, ovacionado por sua interpretação de Nossa Senhora, música de Roberto Carlos. A festa que lembrou da devoção de Irmã Dulce à Nossa Senhora da Conceição e Santo Antônio – homenageado com o som da sanfona de Adelmário Coelho, Targino Gondim e Waldonys – ficou ainda mais bonita com a voz da cantora Eli Abel cantando a Ave Maria e do tenor Thiago Arancam interpretando o Hino ao Senhor do Bonfim.
A última parte da celebração teve início às 17h com a chegada da relíquia de Santa Dulce dos Pobres, pelas mãos do miraculado José Maurício Moreira, e da entrada de 700 religiosos para assistirem, no altar, à missa presidida pelo Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger. Com o coração em êxtase, os fiéis que lotaram as arquibancadas e o gramado da Arena, rezaram e cantaram para louvar a mulher que, vivendo entre nós, alcançou a santidade praticando a caridade em sua expressão mais pura.
Foto: Álvaro Villela