Para lembrar, agradecer e perpetuar
Passados 24 anos do falecimento de Irmã Dulce, não há como negar que o 13 de março continua mais vivo do que nunca na memória e no coração de devotos e admiradores da vida e obra da freira baiana. A data da despedida do Anjo, lembrada domingo com uma missa solene no Santuário da Bem-Aventurada, traduziu-se em belas e inesquecíveis manifestações de fé e devoção. Quer fosse ofertando gratidão pela graça alcançada; quer fosse trazendo esperança na forma de um novo pedido, os filhos de Dulce, mais do que compartilhar a imensa saudade, multiplicavam em si a certeza de que estavam ali não para falar de ausência, mas para um encontro marcado com a Mãe dos Pobres.
“Celebrar 24 anos de passagem de Irmã Dulce é recordar que perdemos uma irmã e ganhamos uma intercessora; perdemos uma mãe, mas ganhamos um anjo. São 24 anos de despedida, mas ela nunca nos deixou. De lá para cá, todas as pessoas acolhidas pelas Obras Sociais Irmã Dulce podem testemunhar que têm recebido da instituição o carinho, o abraço, o aconchego que Jesus deu àquela mulher e ela dá a cada uma dessas pessoas. Então, agradeçamos ao Senhor por essa mulher extraordinária e que as Obras Sociais, que é o grande milagre dela, continue prosperando. Irmã Dulce é presença, mesmo na ausência”, declarou durante sua homilia o frei Vandeí Santana, reitor do Santuário da beata, que presidiu a missa acompanhado de frades capuchinhos.
Sentimento compartilhado também pelo público que compareceu em peso à casa do Anjo, trazendo na bagagem não apenas o agradecimento por uma trajetória em vida, mas o testemunho de quem ainda hoje enxerga Irmã Dulce na acolhida ao pobre, ao doente, ao mais necessitado. “Faço questão de estar presente nas homenagens. Ela já me ajudou muito e transformou para melhor a vida de inúmeras pessoas. Para mim já é uma santa”, falou emocionada a professora Rilzete Brito. O dia em memória ao Anjo reuniu conselheiros, funcionários, pacientes, moradores e voluntários das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), além de fiéis, admiradores e amigos da religiosa e de sua instituição.
Para a superintendente da OSID, Maria Rita Pontes, as homenagens servem para fortalecer o espírito de continuidade do trabalho do Anjo Bom do Brasil. “Fazemos memória para que Irmã Dulce continue sempre presente nas nossas ações, no nosso modo de agir, seguindo seu exemplo, seus valores. Nós, das Obras Sociais, continuamos com sua missão, com a mesma filosofia e o mesmo amor pelos pobres que ela tinha”, ressaltou.
Entre os momentos marcantes da celebração, destaque para a entrada do frei Gabriel, de 85 anos, com uma relíquia de Irmã Dulce. Admirador da Bem-Aventurada, o religioso fez questão de comparecer à missa para agradecer por mais uma graça alcançada por intercessão da beata. Ao fim da cerimônia, mais emoção: a família OSID, representada por seus profissionais, subiu ao altar e, juntamente com todos os filhos e filhas que ali estavam, rezaram e cantaram em homenagem a Irmã Dulce e sua obra. Um agradecimento por todas as realizações em benefício da população mais necessitada e um pedido para que Dulce continue sempre a guiar e abençoar a todos que ajudam a manter vivo seu legado de amor e serviço.