Um exemplo de pai, marido, filho, amigo e profissional; um homem generoso, cordial e dedicado ao trabalho. Essas foram algumas das características lembradas com carinho pelos colegas osidianos, familiares e demais amigos de Eduardo Senna, durante as homenagens prestadas na manhã de ontem (22) ao querido filho das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), falecido no último dia 16, aos 47 anos de idade. Marcado pela saudade, o dia dedicado à Senna começou com a celebração da missa de uma semana de sua despedida, no Santuário da Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, seguida da inauguração da Sala de Radioterapia Engenheiro Carlos Eduardo Senna, localizada na Unidade de Alta Complexidade em Oncologia Nossa Senhora de Fátima (Unacon), em reconhecimento à trajetória do gestor de Infraestrutura das Obras, que tanto se dedicou à instituição fundada pelo Anjo Bom do Brasil.

“Não fomos educados para perder, e quando perdemos, nos desesperamos. Com o coração ainda entristecido, com o semblante ainda pesado, precisamos aceitar isso e agradecer a Deus pelo presente que Senna foi na vida de cada um de nós. O melhor lugar dedicado a ele é na nossa memória e no nosso coração. E lá do outro lado outras pessoas estão dizendo: ‘Bem-vindo, Carlos Eduardo Senna! Seja muito bem-vindo!’. Certamente uma dessas pessoas foi Irmã Dulce, que lhe recebeu dizendo: ‘Obrigado por ter construído tanta coisa boa’”, destacou durante sua homilia frei Vandeí Santana, reitor do Santuário, que presidiu a missa, tendo como concelebrante frei Mário Erky, capelão da OSID.

Ao final da celebração, a viúva de Eduardo Senna, Anna Karina Senna, comentou que “não deve haver espaço para tristeza, apenas para saudades”. E completou: “Se Eduardo pudesse estar aqui, ele diria: ‘não fiquem tristes, porque eu fui feliz. Não fiquem tristes, porque eu nasci numa família maravilhosa’. E nas Obras de Irmã Dulce ele se aproximou de Deus e encontrou a força que precisava para enfrentar a doença”. Durante mais de um ano e meio, Senna enfrentou uma corajosa batalha contra o câncer.

Entre os colegas da OSID que conviveram com Senna, muitas lembranças carinhosas: “Em toda a minha história profissional, Senna foi uma das pessoas com quem mais me envolvi e tive afeto, foi uma relação de coração. Conviver com ele me fez crescer no aspecto profissional, espiritual e como pessoa. Vou levá-lo comigo pelo resto da minha vida”, destacou o líder da Engenharia Clínica das Obras, João Salomão. “Senna conseguia trazer paz para todos. Uma pessoa muito tranquila e amiga, sempre estava do nosso lado procurando nos ajudar da melhor forma a lidar com os problemas”, comentou a líder de Manutenção Patrimonial e de Obras de Engenharia, Fernanda Freitas. “Senna foi chegando de mansinho, com seu jeito cordial, coçando a sobrancelha com o dedo mindinho quando algo lhe deixava pensativo, e assim, com simpatia, bom humor e firmeza quando necessário, ia articulando as engrenagens, envolvendo a todos em torno do mesmo objetivo, em prol da OSID. Sentiremos sua falta, ‘meu velho’”, declarou o líder de Projetos de Engenharia da instituição, Arturo Braga.

Missão cumprida – As homenagens ao gestor de Infraestrutura das Obras prosseguiram com a inauguração da Sala de Radioterapia Engenheiro Carlos Eduardo Senna, na Unidade de Alta Complexidade em Oncologia Nossa Senhora de Fátima – complexo de saúde da OSID inaugurado em maio deste ano para proporcionar, à população mais necessitada, atendimento completo e gratuito no tratamento do câncer. A implantação da Unacon, um sonho antigo das Obras Sociais, foi uma das marcas deixadas por Senna em pouco mais de dois anos de atuação na instituição.

O evento de inauguração da sala, ambiente que abriga o acelerador linear – equipamento que irá permitir a realização da radioterapia junto aos pacientes, contou com um singelo momento de oração e bênção, tendo à frente os frades Vandeí Santana e Mário Erky. “Esse espaço, que recebeu o nome de Eduardo Senna, é o coração da Unidade de Oncologia. Precisamos fazer memória pelas pessoas que deixaram uma história, uma história muito forte, para podermos lembrar e seguir seus passos. Esperamos também que em breve o acelerador linear, aparelho que realiza a radioterapia, esteja funcionando, para assim ajudar a salvar a vida de tantas pessoas que aguardam na fila pelo tratamento”, declarou emocionada a superintendente da OSID, Maria Rita Pontes, durante o evento, que contou também com a presença do coordenador do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (Cesau), o promotor Rogério Queiroz.

Do alto dos seus 9 anos, Luís Eduardo, filho de Senna, fez questão de dar seu depoimento sobre o querido pai: “Quando a sala de radioterapia começar a funcionar, lá do céu, meu pai vai ver e vai ficar muito feliz. E com certeza vai ficar feliz com todo esse avanço do Hospital Irmã Dulce, que foi construído com a ajuda dele”. Logo após descerrar a placa, junto com o tio-avô Virgildásio Senna, ele conheceu as instalações da sala e um pouco do funcionamento do acelerador linear. Encantado com a dimensão da unidade, Luís traduzia em seu olhar de criança o mesmo sentimento compartilhado ali por familiares, amigos e colegas de Senna: um misto de saudade, mas também de admiração, orgulho e gratidão pelos frutos deixados por quem, como filho de Dulce, veio ao mundo com a bonita missão de fazer o bem.