CIHDOTT faz evento visando Semana do Transplante
Este ano, o Festival de Tortas da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante – CIHDOTT está maior e mais irresistível. Sobre a bancada que será montada no pátio das ambulâncias – na sede das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), amanhã (7/05), às 11h, vão desfilar mais de 20 sabores de tortas doces e salgadas, incluindo as mais tradicionais de morango com chocolate, prestígio, limão, maracujá, camarão e frango. Uma ilha de tentações gastronômicas para deixar voluntários, funcionários e visitantes com água na boca.
“A ideia é essa”, diz a psicóloga Michelle Sampaio, uma das organizadoras do 3º Festival de Tortas da CIHDOTT. Nesse caso, cair no pecado da gula será por uma boa causa. O evento gastronômico, que acontece sempre na virada dos meses de abril e maio, tem como principal objetivo arrecadar fundos para realizar a Semana do Transplante que vai ocorrer na OSID, em setembro. “As ações da CIHDOTT visam adquirir os recursos necessários para assegurar a estrutura da Semana, como o transporte dos conferencistas, folders, coffee-break, camisas e outros itens”, explica Michelle.
A proposta do Festival de Tortas é unir o útil ao agradável. Em sua terceira edição, o evento acontece bem na semana do Dia das Mães e além de homenageá-las apela para a consciência da maternidade em seu sentido universal. O tema deste ano - "Seja você também uma mãe para a CIHDOTT - Nos ajude a realizar a Semana do Transplante" - não poderia ser mais direto. A propósito, cada fatia de torta custará R$ 4 e ainda dará direito a um copo de refrigerante. E aí, vai resistir?
Fila de transplantes – Com o papel de busca ativa de potenciais doadores, a CIHDOTT precisa ser criativa em suas ações. Como explica Michelle, “quanto mais divulgar, informar e educar sobre a doação de órgãos, melhor”. Na OSID, a Semana do Transplante acontece no mesmo período do Dia Nacional do Transplante, em 27 de setembro, com o propósito de mostrar a importância de doar órgãos, um ato que pode salvar muitas vidas. “Muita gente depende disso para continuar viva”.
Hoje, 60 mil brasileiros estão na fila de transplantes, segundo dados da Organização de Procura de Órgãos da Santa Casa (SP). Na Bahia, são mais de 2.140 pessoas em lista de espera, de acordo com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), mas a boa notícia é que o número de transplantes realizados também aumentou em 50% em 2012 com relação a 2011. No ano passado foram realizadas 644 cirurgias, sendo 408 de córnea, 119 de rim, 46 de medula, 56 de fígado e 15 de ossos.
Apesar de comemorar o aumento de 11% na doação de múltiplos órgãos no Estado, o Dr. Eraldo Moura, coordenador do Sistema Estadual de Transplantes, lamenta que a Bahia ainda detenha “um dos maiores índices de negativa familiar do país: 69,32%". Isso, porque a retirada de órgãos só pode ser feita com o consentimento da família.
Daí a importância da realização de eventos educativos como a Semana do Transplante. O que dá força aos profissionais engajados na luta é que, desde a realização do primeiro transplante, na África do Sul, há 40 anos, a partir do avanço das técnicas e o aprimoramento de drogas contra a rejeição, hoje praticamente todos os órgãos do corpo podem ser substituídos.