Primeira paróquia com o nome de Irmã Dulce será instituída este ano
Em Sergipe, estado onde Irmã Dulce recebeu o hábito de freira da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição, em 1933, a primeira paróquia criada com seu nome já vem dando um belo exemplo de mobilização popular, marca inconfundível das ações que envolviam a freira em sua luta em favor dos menos favorecidos. Pertencente à Arquidiocese de Sergipe, a Igreja Matriz da Bem-aventurada Dulce dos Pobres, edificação que vai oficializar a instalação da paróquia, ainda não tem contornos bem definidos, mas já reúne muitos fiéis. Em um galpão ainda sem paredes e com piso de terra batida, erguido no bairro de Aruana, região em franca expansão habitacional de Aracaju, todos os domingos dezenas de pessoas se encontram para assistir às missas matinais.
Depois de ouvir a palavra de Deus, os devotos da beata não vão embora. A maioria fica para se envolver em algumas das atividades propostas pelas campanhas paroquiais que aos poucos vão dando forma ao santuário. O esforço se concentra no plano de construir a matriz até o fim do ano, mas esta é uma estratégia de um planejamento mais robusto e coerente com os ideais de Irmã Dulce: inclui a construção de um centro social e um ambulatório, no mesmo terreno, ao lado da igreja, em Aruana, e outras duas capelas em cidades do interior de Sergipe. Tudo se encaixa na meta da Paróquia Bem-Aventurada Dulce dos Pobres para realizar o que define como missão: difundir a obra, o exemplo e a mensagem deixada pela beata. “Em torno de Irmã Dulce já existe uma mobilização muito grande e, a meu ver, ter uma santa tão próxima é ver que Deus está perto de nós e que podemos recorrer a Ele”, reflete o padre José Almi de Menezes.
Foi ele que em 2001 coordenou o grupo de oração que pediu pela vida da parturiente Claudia Araújo, agraciada com um milagre atribuído pela Igreja Católica a Irmã Dulce. Pároco desde janeiro de 2013, o sacerdote revela que o propósito da paróquia é “trabalhar para que a igreja venha a se tornar um centro de peregrinação”. Missa e feijoada - Pertencente à Arquidiocese de Aracaju, a Paróquia Bem-Aventurada Dulce dos Pobres foi criada na Páscoa de 2012 e agora aguarda a construção de sua matriz para ser instalada. Desde então vem organizando diferentes ações para reunir os devotos em torno da causa. A última, realizada domingo, 24 de fevereiro, foi uma feijoada e contou com a presença de moradores do bairro e de outras localidades, devotos e do assessor de Memória e Cultura das Obras Sociais Irmã Dulce Osvaldo Gouveia, que ficou sensibilizado com o empenho do pároco e dos fieis envolvidos no propósito. “Padre Almi gosta de dizer que é um ‘amigo fiel de Irmã Dulce’ e não há como não ver isso. Ele e o povo que reuniu na paróquia estão muito motivados e se organizaram muito bem”, reconhece.
As pilhas de blocos e outros materiais de construção adquiridos por meio da mobilização popular fazem lembrar eventos antológicos que marcaram a luta da freira pela construção das Obras, no Largo de Roma. O projeto imediato, no terreno de Aruana, é a construção da capela com altar-mor e sacristia, e, na parte externa, dois apartamentos, “um para o casal de caseiros e outro para abrigar o sacerdote responsável pelo templo”, conta Padre Almi. Até lá, ao galpão de onde se avista o coqueiral da orla de Aracaju, continua chegando gente. Uns para participar das atividades religiosas, que além das missas incluem uma rotina com orações do terço e programas pontuais, como a Via Sacra que percorre as ruas do condomínio, durante todo o período da Quaresma; outros para se enfronhar nas ações que vão surgindo para as campanhas que vão materializando o projeto da paróquia. A próxima, marcada para 7 de abril, será uma caminhada e deverá acontecer em clima de Pré-Caju – o Carnaval fora de época de Aracaju. Otimista, como de costume, Padre Almi acha que a ajuda também pode chegar de outras fontes e aproveita para divulgar um telefone de contato: 79 3231-4300.