Saúde sem mercúrio é tema de seminários
O Comitê de Gerenciamento de Resíduos da OSID (Complexo Roma) participa, no próximo dia 09 de abril, de uma mesa redonda que discutirá a experiência da instituição na troca dos termômetros de mercúrio por termômetros digitais. A atividade é parte do Seminário Assistência à Saúde Livre de Mercúrio na Bahia, a ser realizado no Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes - Hospital das Clínicas), como parte de um esforço interinstitucional de mobilização para o banimento do mercúrio em todas as atividades do setor de saúde. A inscrição é gratuita (http://www.hospitaissaudaveis.org/inscricoes.asp?evento_id=5), mas as vagas são limitadas!
“A questão da substituição dos termômetros de mercúrio pelos digitais responde à recomendação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), de 2005. A OSID saiu na frente e se adequou logo à legislação, substituindo todos os termômetros de mercúrio por digitais ainda em 2006. Mas há hospitais que ainda não atendem à norma, inclusive públicos. Nossa participação é no sentido de fortalecer o argumento para essa mudança”, explica a presidente do comitê, Suene Duplat.
O mercúrio é um metal pesado altamente tóxico, persistente no meio ambiente, capaz de se disseminar por diversas vias de contaminação e encontrado em níveis preocupantes em quase todo o planeta. Sua peculiar forma líquida facilita o derramamento e a contaminação. Por se transformar em vapor a temperatura ambiente, ele se espalha com facilidade e pode ser facilmente inalado. Além disso, sua capacidade de combinar-se à matéria orgânica, formando um composto (metilmercúrio) absorvível por organismos vivos e bioacumulativo, aumenta seu potencial poluidor.
Campanha mundial - Os seminários Saúde Sem Mercúrio são parte da campanha mundial Mercury-Free Healthcare, criada por Saúde sem Danos (SSD) em conjunto com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a partir do Informe de Políticas da OMS: Mercúrio na Assistência à Saúde, publicado em 2005. Essas ações são integradas à Parceria para Produtos com Mercúrio, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), liderada pela Agência de Proteção Ambiental norte americana, US-EPA.
Centenas de hospitais e outras organizações de saúde brasileiras já fizeram sua parte substituindo totalmente dispositivos com mercúrio. Muitas outras instituições estão seguindo pelo mesmo caminho, mas ainda há um longo trabalho de conscientização a ser feito, demonstrando que a eliminação do mercúrio é, não apenas uma questão de saúde pública, como de qualidade e de redução de custos na assistência à saúde.