OSID atendeu 817 novos pacientes de câncer em 2010
05 de April de 2011
A Unidade de Assistência em Oncologia do Hospital Santo Antonio, das Obras Sociais Irmã Dulce, completa dois anos de funcionamento batendo a marca de 12 mil atendimentos médicos. Somente em 2010 foram 7.663 atendimentos (média de 638,58/ mês) e 817 novos pacientes com diagnóstico comprovado, destacando-se o câncer de mama. Este tipo de tumor, o 2º em incidência no mundo, é responsável 40% dos atendimentos no núcleo. O dado é motivo de reflexão para o Dia Mundial de Combate ao Câncer (08 de abril).
Entre os pacientes em tratamento quimioterápico na OSID, os acometidos por câncer de mama lideram as estatísticas. Relativamente raro antes dos 35 anos, sua incidência cresce rápida e progressivamente a partir dessa idade. Cerca de 80% dos tumores são percebidos pela própria mulher durante o auto-exame. Um dos fatores que dificultam o tratamento é a descoberta da doença em estágio avançado, o que acontece em aproximadamente 50% dos casos, gerando tratamentos muitas vezes mutilantes. “Contudo, quando diagnosticado em fase inicial, as chances de cura chegam a 95%. Por isso, a recomendação é de que toda mulher faça uma mamografia por ano a partir dos 40 anos”, coloca a médica Lívia Andrade.
Medo compromete diagnóstico
Em muitos casos, a confirmação do diagnóstico de câncer de mama demora porque as pacientes portadoras deixam de procurar o serviço por dificuldade de acesso a uma marcação de consulta com o especialista (mastologista) ou até mesmo por medo. “Semana passada atendemos a uma jovem de 24 anos com diagnóstico confirmado de câncer de mama. Ela disse que sentia o nódulo na mama já há quatro anos, mas nunca procurou assistência médica por medo de descobrir se era maligno” comenta a assistente social Carla Andrea. “Se tivesse procurado antes, talvez a cirurgia fosse suficiente e ela evitasse a mastectomia (retirada da mama), a quimioterapia e a radiologia”, completa a profissional.
O núcleo disponibiliza cirurgia, quimioterapia, hormonioterapia e radioterapia enquanto métodos de tratamento, todos realizados com segurança e agilidade. Importante: a Oncologia da OSID não é credenciada para atendimento a pacientes portadores de leucemia, mieloma múltiplo e linfomas. As unidades de referência para esse tipo de diagnóstico são o HUPES (Hospital das Clínicas), o HSI (Hospital Santa Izabel) e o HAM (Hospital Aristides Maltez).
Informações: 3310-1369 (segunda a sexta, das 8h às 17h)
Câncer de Mama - É o tipo mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. No Brasil, nas últimas duas décadas, a taxa bruta de mortalidade por câncer de mama apresentou uma elevação de 68%. Constitui-se na maior causa de óbitos por câncer na população feminina, principalmente na faixa etária entre 40 e 69 anos. A principal causa dessa mortalidade ainda é o diagnóstico tardio. Se identificado e tratado oportunamente, o prognóstico é relativamente bom. Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61%.
Os fatores de risco relacionados à vida reprodutiva da mulher – menarca precoce (idade da primeira menstruação), nuliparidade (não ter tido filhos), primeira gestação após os 30 anos, anticoncepcionais orais, menopausa tardia (após os 50 anos) e terapia de reposição hormonal – estão bem estabelecidos em relação ao desenvolvimento do câncer de mama. A idade continua sendo um dos mais importantes: as taxas de incidência aumentam rapidamente até os 50 anos, e posteriormente, esse aumento ocorre de forma mais lenta.
Ao contrário do câncer do colo do útero, o câncer de mama encontra-se relacionado ao processo de urbanização da sociedade, evidenciando maior risco de adoecimento entre mulheres com elevado status socioeconômico. Fatores genéticos também estão associados ao maior risco de desenvolvimento de câncer de mama. Mulheres que apresentam mutação nos genes BRCA1 e BRCA2 têm 85% de chance de desenvolver câncer de mama antes dos 70 anos de idade. A amamentação, prática de atividade física e alimentação saudável com a manutenção do peso corporal estão associadas a um menor risco de desenvolver esse tipo de câncer.
Brasil
Estimativa (2010) de novos casos: 49.240
Taxa de Incidência: 49,27 casos para cada 100 mil mulheres
Nordeste
Estimativa (2010) de novos casos; 8.270
Taxa de incidência: 30,11 casos para cada 100 mil mulheres
Bahia
Estimativa (2010) de novos casos: 1.970 (2010)
Taxa de incidência: 26,95 casos para cada 100 mil mulheres
Número de mortes no Brasil (2008): 11.860, sendo 11.735 mulheres e 125 homens (as neoplasias malignas constituem-se na segunda causa de morte na população, representando quase 17% dos óbitos de causa conhecida, notificados em 2007 no Sistema de Informações sobre Mortalidade).
Fonte: Inca – Instituto Nacional do Câncer