Papa Bento XVI declara Irmã Dulce Venerável
07 de April de 2009
O Papa Bento XVI assinou decreto que declara Irmã Dulce como Venerável, autorizando oficialmente a concessão do título. A decisão foi anunciada pelo próprio Pontífice, em audiência realizada no Vaticano. O reconhecimento foi comunicado pelo Papa ao prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, o Arcebispo Ângelo Amato. O anúncio pegou de surpresa os fiéis, que aguardavam apenas para junho a oficialização do decreto. O título de Venerável é o reconhecimento de que Irmã Dulce viveu, em grau heróico, as virtudes cristãs da fé, esperança e caridade, e permite que a causa da beatificação da religiosa, iniciada em 2000, cumpra sua última etapa: a confirmação do milagre que deve passar pela última análise até o final deste ano. Com o anúncio, a freira passa a ser chamada agora de “Venerável Dulce” e a expectativa é que em 2010 ela possa ser beatificada.
No último mês de janeiro, a Congregação para a Causa dos Santos já havia anunciado voto favorável e unânime, de seu colégio de cardeais, bispos e teólogos, das virtudes heróicas da Serva de Deus. A Congregação analisou a Positio – documento canônico misto de relato biográfico e das virtudes e resumo dos testemunhos do processo. A validação da Positio é considerada pelo Direito Canônico tão importante quanto a comprovação de um milagre. Os teólogos que estudaram a vida e as obras da freira a definiram como “a Madre Teresa do Brasil”, pelas semelhanças do seu testemunho cristão com a Beata de Calcutá, sendo “um conforto para os pobres e um exame de consciência para os ricos”.
Com a oficialização do título de Venerável, resta somente agora a confirmação do milagre. Uma graça só é considerada milagre após atender a quatro pontos básicos: a instantaneidade, que assegura que a graça foi alcançada logo após o apelo; a perfeição, que garante o atendimento completo do pedido; a durabilidade e permanência do benefício e seu caráter ‘preternatural’ (não explicado pela ciência). A comprovação é feita em três etapas: uma reunião com teólogos, com peritos médicos (que dão o aval científico) e, finalmente, a aprovação final do colégio cardinalício. Atualmente, o Memorial Irmã Dulce guarda mais de cinco mil cartas e depoimentos que relatam curas que os devotos acreditam milagrosas e operadas pela Fé naquela que é chamada de Mãe dos Pobres e Anjo Bom.