Unidade de Reabilitação promove autonomia do idoso
18 de January de 2006
A preocupação com a promoção do bem estar dos pacientes trouxe mais uma inovação nas ações do Centro Geriátrico Júlia Magalhães (CGJM) das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), em Salvador. A Unidade de Reabilitação do núcleo, criada em 2005 com a filosofia de não apenas curar, mas promover a saúde, é a única do estado da Bahia a internar pacientes idosos e reabilitá-los para as atividades normais do dia-a-dia. O trabalho de assistência é feito por uma equipe multidisciplinar composta de fisioterapeutas, enfermeiros, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, musicoterapeuta e psicólogos.
A Unidade de Reabilitação do CGJM possui 32 leitos para atender principalmente pacientes que foram vítimas de acidente vascular cerebral (AVC), sofrem de orteoartroses, males de Parkinson ou Alzheimer e outras doenças degenerativas. O fisioterapeuta Ivanor Braga, um dos integrantes da equipe, afirma que o maior objetivo dos trabalhos multidisciplinares é tornar o idoso o mais independente possível, possibilitando que ele volte a desempenhar ações e funções rotineiras, como se alimentar sozinho, escovar o cabelo ou os dentes, por exemplo.
A recomendação é para que pacientes que sofreram um AVC procurem uma unidade de reabilitação até três meses após ter sofrido o mal, de maneira que seja ainda possível minimizar as possíveis complicações, com a intervenção de fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos. Quanto aos males degenerativos, como Alzheimer e Parkinson, as ações da equipe da Unidade de Reabilitação são para retardar o avanço das limitações físicas, cognitivas e sensoriais que as doenças causam. A depender da gravidade do quadro, o paciente idoso pode ser submetido a um período de internação de até seis meses, até que reconquiste as condições de restabelecer suas atividades funcionais.
A líder do CGJM, a enfermeira Terezinha Pacheco, salienta que a necessidade de internação desses pacientes se dá tanto pela dificuldade da manutenção desses cuidados em casa, como também pela falta de condições financeiras de deslocar o idoso pelo menos uma vez por semana de sua casa até o local de tratamento. “O nosso público não tem condições financeiras para realizar esse deslocamento até o final de um tratamento. Tirar um idoso da cama e chamar um táxi é caro”, comenta. Ao passo que os idosos são preparados para retornar aos seus lares, há ainda a realização de trabalho junto às famílias, para que adaptem não só o ambiente doméstico, mas os hábitos cotidianos às necessidades do paciente. Nesse processo ocorre a conscientização das famílias sobre as possibilidades do tratamento. “Muita gente chega aqui e não tem consciência da doença. Às vezes acham que o idoso que tem uma doença degenerativa vai retornar novo, 100%. E isso infelizmente não é possível”, esclarece Ivanor Braga. A independência e autonomia são restabelecidas, mas considerando o comprometimento prévio do idoso.
Os idosos que desejam a reabilitação devem procurar primeiro o atendimento na Clínica Geriátrica do CGJM, sempre das 13h às 17h, de segunda a sexta-feira. Lá ocorre uma avaliação feita por médico geriatra e pela equipe multidisciplinar, que apontam as possibilidades e a viabilidade de restabelecimento desses pacientes. A internação só não ocorre quando o diagnóstico indica a impossibilidade de minimizar as seqüelas das doenças. Geralmente isso acontece quando o idoso fica muito tempo em casa e apenas é levado a um serviço de saúde quando o quadro degenerativo ou as seqüelas da doença já estão em estados irreversíveis.
A intenção dos profissionais que compõem Unidade de Reabilitação do CGJM é aumentar o número de leitos ocupados e posteriormente aumentar o número de leitos totais disponíveis à população idosa. No início do mês de janeiro, eram 21 leitos ocupados. “Nós queremos que as pessoas tomem conhecimento desse serviço”, salienta a líder do CGJM.