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CESA lança novo curso profissionalizante

15 de June de 2005
Desde o início do mês de maio, 30 adolescentes participam das aulas da Oficina de Eletricidade Predial e Industrial que está sendo oferecida pelo Centro Educacional Santo Antônio das Obras Sociais Irmã Dulce (em Simões Filho), recém-inaugurada em parceria com o Serviço Nacional da Indústria (Senai). A grande procura pelas vagas nos cursos possibilitou que a turma estivesse fechada já no mês anterior ao início das aulas, que devem ser ministradas no período de oito meses – a oficina tem uma carga de 600 horas. A demanda e o rápido preenchimento das vagas, segundo a coordenadora pedagógica Rita Fróis, reflete a importância da ação do CESA como escola de tempo integral e centro de profissionalização de jovens. No curso, os alunos passarão por três módulos, cada um com 200 horas. O primeiro, de competências básicas, apresentará aos alunos conteúdos de língua portuguesa e redação técnica; matemática, química e física aplicadas; e noções de sociologia do trabalho. No módulo seguinte, os alunos terão contato com conceitos de segurança do trabalho, orientação profissional e cidadania, educação ambiental, qualidade e produtividade e informática básica. No último estágio do curso, aprenderão técnicas específicas da Oficina, como eletricidade básica. Estudarão também instalações e comandos elétricos e conhecerão o funcionamento de um motor elétrico. Confiança – O foco da atuação do centro educacional das Obras Socais Irmã Dulce é devolver ou até mesmo desenvolver a confiança nas crianças e adolescentes que participam das atividades educacionais, artísticas, esportivas e profissionalizantes do núcleo. “Buscamos estimular nesses jovens que estão aqui a confiança para que busquem espaços na sociedade, para que não se limitem a viver como pedintes”, ressalta a coordenadora pedagógica. Estima-se que pelo menos 70% dos jovens que passam pelos cursos profissionalizantes do CESA – panificação e confeitaria, tecelagem e agora o novo curso de eletricidade – conseguem inserção no mercado de trabalho. Mas o caminho não é tão simples; a atenção não se faz necessária apenas ao aluno que passa o dia no CESA, em atividades da escola de ensino fundamental, arte-educativas ou profissionalizantes. Todos os envolvidos no processo de crescimento do aluno são alvo da ação do centro educacional. Um trabalho com as famílias é realizado, quando se define o perfil sócio econômico da clientela atendida. Em 2004, foram 450 famílias cadastradas pela ação do serviço social. Conhecendo a realidade dos alunos e de suas famílias, “muitas delas desestruturadas”, como aponta Rita Fróis, o núcleo atua na construção de meios para que os jovens do CESA redescubram a auto-estima e o caminho para a cidadania. “Além de ensinar os conceitos escolares e indicar os caminhos para o trabalho, trabalhamos nesses jovens o respeito ao próximo e a auto-valorização”. A coordenadora pedagógica destaca ainda a necessidade de se destacar os valores da raça negra, predominante entre o público atendido pelo núcleo. “Queremos que esses alunos ressignifiquem a história de suas vidas”, ressalta. Saúde e alimentação – A necessidade de uma assistência integral para o desenvolvimento pleno das capacidades dos atendidos faz da promoção à saúde um foco estratégico de atuação do Centro. Além de fornecimento de três refeições diárias, o CESA dispõe de atendimento odontológico completo que, através do programa Cárie Zero, melhorou em quase 100% a saúde bucal dos jovens que atende. “Quando a criança chega, nós temos que primeiro fortalecê-la. Elas passam por todo um acompanhamento de saúde, que não se resume ao odontológico. Para a criança aprender o que é cidadania, ela precisa estar também sadia”, explica a coordenadora Rita Fróis. Desde 1995, o CESA deixou de ser um simples orfanato e se transformou em centro de educação integral, em escola que prepara jovens para uma vida digna. Entre os anos de 1993 e 1994, foram realizadas a reintegração dos moradores à sociedade e a seleção de professores para fazer o novo projeto de cidadania. Em 1995 foi contratada a equipe técnica e o CESA passou a ter as atuais características. O local para o acolhimento de órfãos transformou-se em centro que forma cidadãos. O resultado já se vê em pessoas que hoje não são mais alunos, mas retransmissores desse conhecimento adquirido. “O CESA é para mim um lugar onde eu pude ter muito mais que educação. Aqui eu pude construir um futuro e descobrir talentos que eu não teria oportunidade de saber que tinha se continuasse na vida de antes. Aqui eu aprendi a dançar, a fazer arte. E o melhor: hoje eu ensino outros meninos a fazer arte porque alguém acreditou em mim. O meu maior prazer hoje é a arte, o artesanato, a música que toco, a dança”, disse Marcos Vinícius Santos de Jesus, de 21 anos, ex-aluno do CESA e monitor da Oficina de Tecelagem.
CESA lança novo curso profissionalizante