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OSID celebra Dia do Pediatra em Alagados

04 de August de 2005
Os médicos do Hospital da Criança das Obras Sociais Irmã Dulce fizeram muito mais que uma celebração no Dia do Pediatra, comemorado em 27 de julho. O dia foi também de doação e, por que não, de retorno aos primórdios da ação missionária do Anjo Bom, Irmã Dulce, assim chamada após os anos de peregrinação por Alagados, o bairro de palafitas localizado na Cidade Baixa de Salvador. Desde o começo da manhã até a tarde, foram 393 atendimentos a crianças realizados no salão paroquial da Igreja de Nossa Senhora de Alagados. A quase totalidade das crianças examinadas apresentava enfermidades relacionadas à falta de condições dignas de moradia e saneamento básico, como dermatites, verminoses e desnutrição. Nessas circunstâncias, a ida dos médicos às comunidades carentes é providencial. Para a preceptora da Residência em Pediatria da OSID, Círia Santana, o grande problema das pessoas é o deslocamento até os centros de saúde. “Muitos têm dificuldade inclusive para conseguir o dinheiro do transporte”, comenta a pediatra. Este foi o quarto ano que os médicos do Hospital da Criança da OSID realizaram a ação na Igreja de Alagados. Todos os pacientes foram cadastrados e continuarão com a assistência da OSID, agora nos ambulatórios e no hospital. Além dos pediatras, residentes e internos do HC estiveram presentes alunos da Escola Bahiana de Medicina. A data comemorativa ao Dia do Pediatra foi instituída em 2000 e vem sendo utilizada pelos profissionais da especialidade para destacar a responsabilidade social da categoria. O trabalho realizado pela equipe das Obras Sociais Irmã Dulce foi destacado pela Sociedade Brasileira de Pediatria nos anos anteriores. "Não haveria outra forma de comemorar a data senão prestando serviço a crianças carentes, diante da realidade social da nossa população", justificou Célia Silvany, coordenadora da Residência em Pediatria das Obras e da ação em Alagados.

Campanha pela amamentação

A coordenadora da residência pediátrica da OSID, Célia Silvany, aproveitou a realização da ação voluntária em Alagados para antecipar a divulgação de uma nova campanha da Sociedade Brasileira de Pediatria. Com o slogan “Licença maternidade: quatro meses é pouco”, a Sociedade quer que o Congresso Nacional aprove uma licença de seis meses. Célia Silvany justifica que a maioria dos casos de desnutrição diagnosticados têm sua origem relacionada ao desmame precoce. Segundo ela, o ideal seria que o bebê fosse amamentado até os seis meses. "Percebemos que muitas mães deixam de dar o leite materno ao bebê muito cedo e isso termina contribuindo para a doença", ressaltou. A pediatra explica que a criança amamentada até os seis meses, além de diminuir os riscos de desnutrição, sofre menos com doenças contagiosas na infância, já que tem fortalecido o sistema imunológico. Célia aponta ainda que a mortalidade infantil diminuiria em 50% e problemas afetivos entre mãe e filho seriam minimizados. Muitas mães, observa Célia Silvany, apresentam a necessidade de trabalhar como motivo para deixar de amamentar os filhos. “Então seria uma boa ação do governo federal, dos deputados, que tanto querem combater a fome, a desnutrição e a mortalidade infantil, que aprovassem essa mudança na lei”, comentou a pediatra. Para a médica da OSID Inaiá Nascimento, 26 anos, grávida de oito meses do segundo filho, amamentar é dar vida. Ela conta que o primeiro filho mamou até os nove meses. "Eu me virava, trabalhava e amamentava. Não consegui tirar o peito dele. Com esse daqui que está chegando vai ser a mesma coisa. Não sei como vou fazer depois que a licença maternidade acabar, mas prometo me virar. Com certeza é por uma boa causa", garante a pediatra, que também esteve presente na ação na Igreja de Alagados. O trabalho de conscientização quanto à importância da amamentação até o sexto mês era feito junto às mães no momento do atendimento às crianças. O direito à licença maternidade é assegurado na Lei nº 8.213/91. A mulher mantém a estabilidade no emprego, que se inicia quando ela informa à empresa sobre seu estado e termina após a licença maternidade de 120 dias. Em caso de parto antecipado, a mulher também tem direito a licença de 120 dias. Apesar de não ser o costume nas empresas, a mulher deve parar de trabalhar quatro semanas (28 dias) antes do parto e retornar somente após 12 semanas.
OSID celebra Dia do Pediatra em Alagados