10 anos de InfoEsp - Programa ajuda portadores de deficiências a se integrar ao mundo digital
30 de September de 2003
O Programa Informática na Educação Especial, do Centro de Reabilitação e Prevenção de Deficiências (CRPD), está comemorando 10 anos. Pioneira na Bahia, a iniciativa das Obras Sociais Irmã Dulce é responsável por abrir as portas do mundo on line para crianças e adolescentes portadores de necessidades especiais, viabilizando tanto o seu aprendizado como o desenvolvimento psicomotor.
O Informática na Educação Especial atende, atualmente, 103 alunos. São portadores de deficiência física, sensorial e mental, dedicando duas a três horas por semana do seu tempo ao desenvolvimento de uma nova forma de relação com o mundo. Os resultados são motivadores. "Temos alunos com paralisia cerebral, que depois de anos em escolas especializadas, só vieram aprender a ler e escrever a partir do trabalho do laboratório", conta o coordenador do projeto, Teófilo Galvão.
Utilizando os recursos de um ambiente computacional e telemático, o programa tem mostrado que é possível desenvolver o potencial cognitivo de alunos especiais, tornando-os mais autônomos na solução dos próprios problemas. A indução do raciocínio lógico-dedutivo tem ajudado meninos e meninas a interagir melhor com as pessoas e o ambiente, e em certos casos, preparado alunos para trabalhos efetivos específicos. Alguns já prestam pequenos serviços de informática para a instituição. Outros, são responsáveis até mesmo por produzir e editar um jornal on line, que pode ser acessado pelo endereço http://infoesp.vilabol.uol.com.br. "Horizontes novos lhes foram abertos, possibilitando que sua inteligência, antes aprisionada por um corpo limitado, encontrasse novos canais de expressão", explica Galvão.
O laboratório é totalmente equipado para dar aos alunos amplas possibilidades de conexão e estímulo à criatividade. São 13 computadores, web cam, impressoras, scanner, máquina fotográfica digital e vários programas. Para alunos com comprometimento motor mais acentuado, são usadas órteses e/ou softwares especiais de acessibilidade, adaptações que facilitam ou mesmo garantem o trabalho no computador, como máscara de teclado, estabilizador de punho, abdutor de polegar e simuladores de teclado e mouse com diferentes acionadores.
A excelência do Programa Informática na Educação Especial conferiu à OSID a oportunidade de apresentar suas atividades em diversos cursos, congressos e seminários nacionais e internacionais sobre projetos pedagógicos voltados para a educação especial. Em 2001, a Fundação Banco do Brasil e a UNESCO conferiram a certificação 'Tecnologia Social' ao programa, que passou a compor o Banco de Tecnologias Sociais da Fundação.